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Foto do escritorHP Charles

Como a queda da “base moral” está corroendo as relações e a sociedade.

Me parece claro que a enorme crise mundial de fertilidade é a nova pandemia. Os números são assustadores e os governos optam ou por se omitir ou por medidas paleativas face ao gigantesco elefante branco na sala. É sabido que o número de nascimentos necessário por mulher para a renovação de uma população é de 2,1, mas em raros países isso tem sido obtido.


Os países que forçadamente tem reconhecido essa questão, escolheram a economia como a causa precípua para a absurda retração na natalidade. Eles não poderiam estar mais errados. E tanto estão errados que todas as medidas estatais de incentivos financeiros para remediar a questão falharam sumariamente.


Mas por quê?


Porque o problema está na quebra das relações entre homens e mulheres. Em que pese o não reconhecimento dos governos em relação a esse fato, seja por questões políticas, seja por mera cegueira quanto à realidade comportamental da sociedade, a versade é que não há interesse em se ter filhos sem uma estrutura moral que suporte tal empreitada.


Vejamos…


Pesquisa recente aponta que, em 2030, 45% das mulheres americanas estarão solteiras e sem filho. O feminismo prometeu a elas que o melhor seria se dedicar à carreira, abandonar a ideia de ter filhos antes de possuírem sucesso econômico, e a verem homens como absolutamente dispensáveis em suas vidas. E isso foi feito. Não há como negar que o feminismo venceu.


Nesse mesmo diapasão, o capitalismo de consumo viu isso como uma oportunidade, vez que percebeu que mulheres solteiras consomem muito mais e são responsáveis por quase 80% das decisões em relação de consumo. Já o homem, por seu lado, passou a disputar mais o mercado de trabalho, enfrentando a diminuição de vagas e a diminuição de salários. Nas universidades americanas, as mulheres representam 58% da população acadêmica. Homens passaram a ser a minoria com formação superior. A dinâmica das relações mudou totalmente.


No campo comportamental, as traições passaram a ser relativizadas, mas muito mais em relação às mulheres. Se a mulher trai, ela o fez porque “algo a levou a agir assim”. Se o homem trai, ele o fez por sua natural vileza. No entanto, estudos recentes apontam que em relações monogâmicas, 40% das mulheres trairão.


O chamado “carrossel” foi avalizado pela cultura hodierna de relacionamentos, ao passo que leis não isonômicas e punitivas para homens se consignaram. A palavra da mulher passou a nortear unilateramentel o processo penal em casos de conflito entre os sexos, salvo exceções, e com isso as denúncias falsas se tornaram rotina, seja por por vingança, seja para obtenção de vantagens em relação a bens ou a guarda de filhos. As relações duradouras o suficiente então se tornaram desinteressantes para os homens tanto no campo jurídico quanto na esfera comportamental, e sem relações longas a possibilidade de filhos diminui acentuadamente. As conexões sexuais afetivas entram em colapso junto com o casamento tradicional na medida em que divórcios atingem números estratosféricos.


Mas então a ficha parece começar a cair também para as mulheres…


Quanto mais o tempo passa, mais a teoria e as previsões de Helen Smith em seu livro “A Greve dos Homens”, vêm se firmando. A reação masculina ao feminsmo é consignada com a diminuição avassaladora no desejo de se estabelecer relações duradouras e monogâmicas, optando por investimento em carreira, amizades, hobbies e uma vida mais voltada ao desenvolvimento pessoal do que ao familiar.


Isso rapidamente se abateu sobre o universo do “mercado de encontros” e também sobre o nível de felicidade feminina. É irônico que aparentemente seja o feminismo que tenha então tornado indiretamente as mulheres mais infelizes. Hoje o quadro do marcador de felicidade se inverteu e o número de mulheres infelizes se tornou maior que o de homens.


Mulheres se deprimem mais, usam mais medicação antidepressiva e ansiolítica do que os homens. Não parece que todos perderam? O homem vai se descolando do papel de protetor e provedor (alguns até festejam uma suposta liberdade), na medida em que não encontra mais motivos para sê-lo. Se pergunta o que há em contrapartida para ele? Se não há mais lealdade, nutrição e se perdeu o condão de “chefe do lar”, por que diabos se colocaria na posição de prover e proteger? Vejam…essa é a pergunta que é feita. Não estou dizendo que é certa ou errada.


O que é CERTO é que não é possível se ter tudo. Ninguém poderá ter apenas o melhor do mundo. A mulher ganhou o mercado de trabalho e evidentemente isso diminuiu sua capacidade de cuidar dos filhos e do lar. A questão é: a troca valeu a pena? Tudo indica que…NÃO. Mas isso só está sendo percebido agora. Não há fertilizações suficientes, a mulher está mais infeliz, sofrendo mais com saúde mental, o número de suicídios entre a população feminina dobrou. Estes são os FATOS.


Sim, a economia e o monstro que se tornou o capitalismo de consumo, com sua fome de almas e corpos, tem boa parcela de responsabilidade nesse quadro. Quando o ter ao invés de ser passou a constituir a filosofia imperativa de nossa era, não existe a possibilidade de que uma perspectiva positiva venha a brotar. As pessoas passaram a ser apenas instrumentos em um mundo individualista e narcisista. É a infelicidade encapsulada, a vida não é o Instagram.


No entanto, o ponto nodal da questão é o colapso da base moral da sociedade e que afeta toda a relação entre homens e mulheres. Por isso nenhum incentivo econômico adiantou ou adiantará. O quadro continuará a piorar gradativamente até que leis sejam revistas e que comportamentos sejam alterados. Em AMBOS OS LADOS.


Homens e mulheres não estão mais felizes e mais plenos, pelo contrário. Apenas um lado está se retirando de um jogo que entende não valer mais a pena jogar. O afeto e o sexo estão paulatinamente se desviando para outras searas. Para amizades, hobbies e para bonecos e bonecas. Trágico.


Em um mundo de pobreza espiritual, de instrumentalização de pessoas, de miséria cultural, não se poderia esperar nada além do que desencontros e frustrações. A resposta, se houver, não será econômica, mas existencial.


Sim, chegamos à nova pandemia. Mas convenientemente ela não está sendo alardeada. Em breve não será mais possível varrer números para baixo do tapete e todo esse papo de feminismo, de misoginia, de misandria, de MGTOW, de Redpill, se tornará secundário face a um mundo que precisa de PESSOAS REAIS para continuar a existir.

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