Por volta dos 15 anos me tornei ateu. Ainda estava no Colégio de São Bento, e isso sempre me parecerá irônico.
Mesmo envolto em toda uma rede de misticismo e religião, simplesmente rompi os laços. Não foi uma escolha, mas sim um processo. De repente nada daquilo fazia sentido para mim.
Foi uma das poucas decisões honestas que tomei em minha vida. Ao notar que falava comigo mesmo decidi por não mais o fazer. E assim foi.
Lembro com respeito das sobrebatinas e da erudição dos monges. Foi uma imagem marcante de minha juventude. As paredes de pedra, os túmulos no chão do átrio da igreja. O cheiro do incenso. ELE se foi. Deus nunca falou comigo.
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