Se perguntada sobre o que realmente importa na vida, a maioria das pessoas dirá algo como família, saúde, afeto, trabalho, grana, e por aí vai. E sim, com razão tais coisas são absolutamente relevantes.
Mas em um plano complementar eu diria que filmes, livros e músicas vem logo abaixo em uma régua de importância em nossas existências. Esses pedaços de cultura e informação nos influenciam diretamente, criando nossas referências intelectuais e temporais, contribuindo diretamente para nos transformar no que somos hoje.
Todos nós temos uma ou mais músicas que marcaram nossas vidas, e recorremos a elas com frequência a fim de atiçarmos nossas memórias. Guardamos com carinho aquela noite em que assistimos um filme que tanto nos emocionou ou instigou. Elegemos livros como verdadeiros marcos de nossa existência, pois moldaram nosso caráter e nos iluminaram acerca de visões de mundo e vida que sequer imaginávamos.
Em suma, filmes, livros e músicas, acabam por se tornar partes de nós mesmos, aderindo a nosso ser e os carregamos para sempre em nossas mentes. Ao os adotarmos, passam a dizer muito sobre o como encaramos a realidade e como entendemos a nossa existência.
Servem para abrir conversas, pavimentar a maneira como nos relacionamos com as pessoas e são fontes inesgotáveis de diversão e contentamento. Uma pessoa que lê, por exemplo, jamais estará sozinha. Vou mais longe e me arrisco a dizer que teria enorme dificuldade em me relacionar com quem despreza livros, filmes ou não é capaz de se deixar transportar por músicas específicas.
Sim, você pode ser uma pessoa riquíssima de referências se baseando apenas em sua cultura do cotidiano, pois há uma enorme sabedoria popular que se transmite pela boca, pelo falar, por histórias contadas, por conhecimento familiar, etc., mas isso tudo pode ser multiplicado progressivamente com esses pequenos objetos mágicos.
Nos apegamos a eles como cálices sagrados, como troféus conquistados, como pequenos tesouros que carregamos em nossas estantes e vidas. Por vezes criamos ciúmes e odiamos emprestá-los, pois receamos que algo tão inportante se perca. Nossa relação com esses pequenos pedaços de memórias é quase a antroporfimizada e os vemos como amigos de papel e plástico.
Eu tenho um genuíno pesar por quem abdica dessas influências ou não lhes atribui o devido valor. É muito provável que em momentos difíceis de suas vida eles tenham lhes resgatado, feito companhia, e ensinado novos caminhos e respostas.
Ao longo da estrada da vida, se tornam amantes silenciosos que estão sempre preparados para nos redimir, nos moldando e nos injetando visões e sentimentos frescos. Devemos muito a eles, pois são os parceiros mais genuínos e leais que poderíamos ter.
Comments