O homem sempre consumiu narrativas desde que foi contada a primeira história. As narrativas se adaptam conforme seu tempo, baseadas em política, influenciadas por modismos e cunhadas por uma série de acontecimentos que possuem algum tipo de conexão.
Elas também podem ser reais ou imaginárias. Podem assim ser verdadeiras ou falsas. No entanto, sempre houve espaço para que dentro delas houvesse um equilíbrio entre o que pode ser válido ou não, o que é crível ou duvidoso.
Aparentemente vivemos tempos onde isso acabou. O radicalismo e a "certeza de estar certo" fez com que tudo seja ou 0 ou 100. O 50 deixou de existir.
O debate perdeu espaço dando lugar à absoluta segurança de posicionamento. Não existe mais dúvida, não existe mais contexto, a conversa mediadora desapareceu.
Sim, a pior política tomou conta de almas e mentes criando grupos, separando pessoas pelos mais diversos e asininos motivos. A pergunta que fica é: mas o que isso trouxe de bom?
A resposta é...NADA.
Não vemos uma melhora genuína como sociedade. Vemos culpa sendo empurrada de uma lado para outro, onde o que importa é parecer virtuoso, é estar "do lado certo" mesmo que isso ocorra ao arrepio da lógica, da razão e da verdade.
Torço para estar errado, mas entendo que não é apenas sinal dos tempos, estamos sim trilhando um caminho perigoso, rumando para o "salve-se quem puder".
Certamente não estarei aqui para ver o final dessa história, da nossa falência como sociedade, do nosso declínio como seres gregários, mas o horizonte tem se mostrado cada vez mais cinza, e para ver isso, basta abrir a janela.
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