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Foto do escritorHP Charles

O papel do homem no cinema atual.

Já repararam que cinema e o entretenimento não celebram mais a masculinidade? O papel do homem estóico, impassivel perante as adversidades, que demonstra pouco as emoções, parece ter desparecido de Hollywood.


A renovação dos antigos atores, símbolos de masculinidade e força também parece não ocorrer, estendendo a carreira de atores que já passam dos 60 mesmo para papéis considerados de ação, onde o protagonista precisa exibir dotes físicos. Com raras exceções os novos "galãs" possuem aparência mais frágil, são imberbes e infantis, fracos em substância.


Em que pese a obtenção de ótima bilheteria, os filmes com protagonistas masculinos fortes tem tido suas produções diminuídas, se restringindo a uma ou outra franquia, empurrada por nomes de peso, mas já com idade, como Tom Cruise e Keanu Reeves.


Esse quadro é claramente o resultado da cultura moderna onde o papel do homem é questionado e muitas vezes demonizado. Pelo contrário, pelo que temos visto, o homem é mais celebrado atualmente se ele apresentar menos características de masculinidade. Se for mais frágil, mais sensível, mais entregue as suas emoções, se demonstrar fraquezas. Isso é visível em todo o mundo do entretenimento e da cultura.


Tal retrato parece refletir também nos jovens. Você pode fortalecer seu corpo na academia, adquirir força física, mas se isso for dissociado da questão mental, da resiliência esperada de alguma forma quando tratamos de masculinidade, de nada adianta, pois ainda teremos jovens fracos e mal preparados.


Isso seria positivo de alguma maneira? A quem interessa a promoção dessa cultura e a narrativa que enfraquece o papel do homem e sua masculinidade? Ao reformarmos seu modelo na cultura através da repetição de narrativas, fica clara a tentativa de alterarmos seu papel e valor dentro da sociedade. E a sociedade precisa de homens fortes. É uma necessidade prática resolvida pela testosterona aplicada em profissões fundamentais. Não vemos mulheres em andaimes, em minas de carvão. Se o esgoto do seu prédio entupir, pode apostar, é um homem que irá resolver. Se algum bandido entrar na casa, o homem será o primeiro a levar a bala.


A substituição do homem forte, estóico e resistente por uma versão raquítica e muitas vezes vulnerável, é indicativa, sem duvida dos tempos em que vivemos. "Homens fortes criam tempos fáceis e tempos fáceis geram homens fracos, mas homens fracos criam tempos difíceis e tempos difíceis geram homens fortes".


Hollywood hoje é vista como uma bolha de ilusões onde milionários emitem opiniões totalmente alienadas da realidade. A corrupção e escandalos de pedofilia destroem a tradição e a antiga glória do cinema, que agora parece atender mais a política do que a arte. O festejado Oscar se tornou uma pantomina de exaltação ao fútil e uma ode a masturbação do ego de uma indústria decadente.


Isso resultou em uma notória queda de qualidade nas produções, evidentemente, vez que é preciso atender a uma demanda ideológica, infectando assim a produção e afetando a verossimilhança dos filmes. Os temas ficaram recorrentes e a criatividade parece ter acabado. Quem não percebe isso é porque o único parâmetro que possui é o cinema hodierno.


Não existe nenhum problema em se criarem películas com mulheres fortes e independentes, nenhum mesmo. Mas para isso não é preciso fragilizar o homem ou tornar seu papel secundário ou caricato. Enquanto isso franquias vão por água abaixo pois perderam suas características originais e essências, e as produções grandiosas e impactantes vão rareando já faz algum tempo. A mesmice dos filmes de super-heróis, o trem pagador dos estúdios, parece ter cansado os espectadores, que já não mostram o mesmo entusiasmo pelo tema. Faltam ideias e tradição.


Confesso que fico saudoso dos filmes clássicos, das produções onde o ator precisava dar seu recado no carisma e no talento apenas, pois não havia fundo verde. Hoje revejo muito mais filmes do que assisto a lançamentos. Me pergunto onde a arte vai parar face a tais mudanças de valores. Certamente há espaço ainda para o homem estóico no cinema assim como no mundo moderno, que parece carecer cada vez mais dele.



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