É um fato cada vez mais notório e frequente que em determinado momento da vida poderemos escolher pessoas que não serão boas para nós. Mas por que fazemos isso? E muitas vezes repetidamente? Porque às vezes as pessoas escolhem o sofrimento a que se acostumaram ao longo de sua existência.
Então, ao invés de investirem em relações boas, produtivas, saudáveis, ESCOLHEM o sofrimento que sempre lhes foi familiar. Porque aquela pessoa sem disponibilidade emocional ou que possui algum transtorno de personalidade, possui traços e comportamentos que recordam o pai ou a mãe, e serão capazes de reproduzir o mesmo sentimento e dor que foi tão comum em sua infância.
Aquele parente que era tão distante emocionalmente ou fisicamente, que praticou abusos e agressões, ainda vive firmemente dentro da pessoa, conduzindo de alguma forma as opções afetivas que ela faz.
Quem conviveu com um pai alcóolatra pode, por exemplo, aceitar se casar e ter um marido alcóolatra. Alguém que foi criada por uma mãe narcisista, pode reproduzir tal ciclo de abusos com inúmeros namorados. Se a intensidade do sofrimento foi a única coisa que teve durante tanto tempo, é natural que a familiaridade seja mantida em sua vida de alguma forma. Pelo menos ali ela se sente “segura”, mesmo que de maneira doentia.
Ao procurar amor em pessoas que não nos tratam bem, nos voltamos a um ambiente onde talvez o afeto fosse absolutamente condicional, e por isso não tenhamos nos sentido realmente amados ou valorizados na ocasiã.
Assim, até que estejamos conscientes desse fato, será difícil mudar o padrão, quebrar o ciclo, amadurecer emocionalmente. No entanto, quando isso ocorre, tudo pode mudar e se amealhar novas relações onde a necessidade de controle, o ciúme patológico, as alterações briscas de comportamento, as infidelidades não estejam presentes, não façam parte da própria essência do enlace.
Muitos ESCOLHERÃO relações eivadas de sofrimento familiar, viver em ambientes com pessoas tóxicas, destrutivas. A terapia é o melhor caminho para que essa conscientização, essa percepção floresça, criando o sulco que conduzirá a encontros saudáveis e produtivos.
Em uma era de relações instrumentalizadas, narcisísticas, fluidas, o autoconhecimento é que pode redimir e resgatar os encontros. O niilismo e a desintegração ao arrepio da evolução consciente não pode prosperar. As escolhas precisam ser mais acertadas, o padrão deve ser quebrado, não há alternativa. Corte o fio. Se cure.
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