Poucos fardos são tão pesados quanto o ressentimento, um sentimento que só é destruitivo realmente para quem o possui.
A mágoa é como um tumor que cresce dentro de nós e nos cega, nos fazendo enxergar tudo por um prisma distorcido cujo único condão é o ódio e o desafeto.
Durante nossas vidas vamos acumulando esse ressentimento e evidentemente um dia ele cobra nosso corpo e nossas "almas". É como alimentar um monstro que vai crescer e nos devorar.
Temos ressentimento quando nossas expectativas não são alcançadas, quando nossos sonhos não se realizam, quando a estrada acaba. Buscamos então culpados, apontamos o dedo, xingamos em silêncio.
Tudo para que não nos sintamos jamais culpados, porque nós mesmos somos perfeitos e a responsabilidade é sempre do outro, jamais nossa.
Embebidos em fel e cicuta, vamos assim tocando a vida, fingindo estarmos limpos da sujeira que acumulamos em nossos corações, regando a rosa de Hiroshima que nos espetará inevitavelmente.
O ressentimento é o caminho mais curto para a depressão e para ficarmos aportados sempre no mesmo lugar, torcendo para o que tempo, seja o mestre da condução de nossas desiluções e de nossa imobilidade.
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