Escrevo desde criança e sempre foi algo natural para mim. Meus pais, ambos professores de português e literatura me proviam fartamente com incentivos e com material para desenvolver essa atividade. Me enchiam de livros e revistinhas em quadrinhos. A coisa chegou a tal ponto de minha mãe me confessar que, quando criança, eu dizia repetidamente que queria ser jornaleiro.
A escrita criativa é absolutamente terapêutica e trabalha seu subconsciente te levando a caminhos que você não iria normalmente. A liberdade no controle da narrativa é total e com o tempo ela se torna quase instintiva, mediúnica.
Escrevo para o blog e concomitante a isso escrevo um livro e também ilações em um caderno de rascunho que são apenas para mim e mais ninguém. A pior coisa que fiz na vida foi ficar se escrever tanto tempo, vez que para mim sempre foi um movimento simples, comezinho.
Algumas pessoas se dizem leitores e não escritores, mas isso não passa de uma desculpa esfarrapada. Talvez o processo seja mais difícil para alguns, talvez haja o receio da crítica ou falta de confiança na própria pena, mas como tudo na vida, basta alguma disciplina. Se você lê bem, há uma porta entreaberta aí.
Há pelo menos dois meses que me obrigo a escrever diariamente sobre temas diferentes. Escrevo algumas páginas do livro, sempre produzo um texto com assuntos variados para o blog (e vocês imaginam que um tema por dia não é algo fácil de redigir), e não deixo de rabiscar anotações pessoais que jamais sei que estrada irão percorrer.
Provavelmente meu tempo ficará cada vez mais escasso face a um novo trabalho que está sendo desenvolvido, mas assumi um compromisso comigo mesmo de nunca mais deixar de escrever. E você também deveria ao menos tentar.
Stephen King em seu livro a Arte da Escrita, aduz sobre a regularidade como um fator de desenvolvimento do hábito e habilidade no escrever. Em que pese o autor estar longe de ser meu preferido, é indiscutível sua prodigalidade produtiva.
Assim como nos forçamos a ir a academia fazer o exercício mesmo quando não queremos, a escrita passa pelo mesmo processo, ao menos no começo. Se você é uma pessoa que lê com frequência, acredite, as armas provavelmente já tem. A leitura é fundamental para quem escreve a fim de se amealhar estilo e vocabulário.
No meu caso fui diretamente influenciado pelo direito e costumo misturar vocabulário popular e cotidiano com algum rebusco oriundo do "juridiquês". Isso é totalmente corriqueiro em minha escrita.
A maior dica que posso oferecer se você sempre acalentou escrever é: escreva PARA VOCÊ mesmo, em primeiro lugar. Não importa se apenas uma pessoa vai ler. Esqueça qualquer crítica que não for construitiva, tá cheio de detrator e "pela saco" fazendo peso no planeta.
Eu me arrisco a fazer uma promessa a...comece a escrever, insista nisso como um hábito que em algum tempo isso mudará a sua percepção da vida. Existe gente precisando ler o que você escreve e que vai aproveitar muito suas ideias e experiências.
Recentemente recebi uma mensagem recompensadora sobre um pequeno texto que escrevi sobre depressão e aquilo me fez incrivelmente bem. Saber que uma pessoa que jamais encontrei se identificou e se beneficiou de alguma forma é tudo o que precisamos como incentivo para produzir mais.
A vida é por demais difícil e nossas vicissitudes e prazeres podem e devem ser compartilhados de alguma forma. A escrita é uma delas e é extremamente generosa quando praticada de forma genuína. Se você sempre quis escrever, não se prive e nem prive ao outros do que tem a dizer. Isso pode fazer uma diferença enorme, mudar vidas almas. Se não estamos aqui para isso, para que estaríamos?
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